terça-feira, 15 de junho de 2010

Cazuza - O Tempo Não Pára

Jovem. Rebelde. Ícone. Ideólogo. Maior Abandonado. Herói. Exagerado.
Muitas palavras podem definir o músico dos anos 80 e 90 Agenor de Miranda Araújo Neto mais conhecido como Cazuza. A Vida Louca, Vida Breve deste poeta do rock encantou e continua encantando gerações de jovens que encontram em suas músicas um porta-voz para a sua Maioridade sem Mal Nenhum, porque o tempo... O Tempo não Pára.
Cazuza (Rio de Janeiro, RJ, 4 de abril de 1958 – Rio de Janeiro, RJ, 7 de julho de 1990) foi um cantor e compositor brasileiro, que ganhou fama como símbolo da sua geração enquanto vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão Todo Amor Que Houver Nessa Vida, Pro Dia Nascer Feliz, Maior Abandonado, Bete Balanço e Bilhetinho Azul.
Cazuza tornou-se um dos ícones da música brasileira do final do século XX. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se Exagerado, Codinome Beija-Flor, Ideologia, Brasil, Faz Parte Do Meu Show, O Tempo Não Pára e O Nosso Amor A Gente Inventa.
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro.
O Filme ‘’Cazuza - O Tempo Não Pára’’ dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho retrata a vida do compositor e cantor desde quando começou a carreira, atuando na peça Pára-quedas do Coração, no Circo Voador, o sucesso com o Barão Vermelho e sua carreira solo até sua morte em 1990, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.
Com elenco de grande porte regido por Marieta Severo interpretando a mãe do cantor, Reginaldo Faria, Emílio de Mello, Leandra Leal e Andréia Beltrão o filme ganhou diversos prêmios nacionais e estrangeiros prestigiando a atuação de Daniel de Oliveira no papel do excêntrico ‘’Caju’’.
O filme venceu no Grande Prêmio Cinema Brasil em 2004, quando foi lançado, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel de Oliveira), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Fotografia. Também foi indicado a Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Ator Coadjuvante (Emílio de Melo), Melhor Atriz Coadjuvante (Andréa Beltrão) e Melhor Atriz Coadjuvante (Leandra Leal). Outras premiações foram concedidas ao longa-metragem como o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Ator de Cinema de 2004 (Daniel de Oliveira), Troféu APCA de Melhor Ator (Daniel de Oliveira), Prêmio Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira como Melhor Ator de 2004 (Daniel de Oliveira), Prêmio do Festival de Cinema Brasileiro de Miami de Melhor Ator (Daniel de Oliveira) e Melhor Filme, e o Prêmio do Festival de Cinema Ibero-Americano LaCinemaFe de Melhor Filme e de Melhor Ator (Daniel de Oliveira).
‘’Cazuza – O Tempo Não Pára’’ é a cinebiografia que retrata a juventude, os amores, a fama, a homossexualidade e a carreira do compositor de uma forma tão embriagante e sedutora capaz de conquistar fãs do passado e futuros fãs em atuações impressionantes e uma produção convincente de que se está realmente acompanhando ao vivo a vida e a morte daquela figura ‘’perfeita’’, como ele se próprio denomina, afinal ele é perfeito, os outros que são imperfeitos, ‘’sendo filho de Lucinha só poderia ser perfeito mesmo’’.

"Sou da geração do desbunde. Nunca tive saco pra milico, desfile, gente com medo. Todo mundo ficava paralisado, mudo, anestesiado. Não dava pra fingir que não tinha nada. Pra mudar alguma coisa a gente teve que gritar, se drogar, ir pra rua, enfrentar a nossa própria fraqueza. Era uma maneira de não se render. De não ficar careca, careta."

Sinopse:

Rio de Janeiro, 11 de junho de 1980.
Sob a lona do Circo Voador, um jovem muito maquiado canta uma música em inglês. Poderia ser apenas mais um entre inúmeros aspirantes ao sucesso que se apresentavam no espaço mais democrático da época. No entanto, Cazuza não ficaria muito tempo na tribo dos talentos promissores.
Instável, desafiador, mas também extremamente sedutor, ele vivia sua confortável vida de garoto da Zona Sul sob constante vigilância da mãe. Mas Cazuza queria mais - na verdade, queria muito mais. Cazuza queria tudo, ao mesmo tempo, em um agora permanente.
Sua urgência transgressora não conhecia limites e se refletia em todas as áreas de sua vida - nas relações afetivas, nas novas experiências, no amor pelo perigo, na criação artística. E ele logo descobriu que a música era a melhor maneira de expressar essa urgência que não tinha começo, não tinha fim, não tinha foco. Cazuza vivia tudo ao mesmo tempo ao lado de sua tchurma - uma tchurma eclética e heterogênea que refletia vários lados de sua própria personalidade.
O encontro com os Barões - o guitarrista Roberto Frejat, o baixista Dé, o baterista Guto Gofi, o tecladista Maurício - músicos de sua idade à procura de um novo som, foi a primeira etapa de sua vitoriosa carreira de letrista. Junto com os Barões, Cazuza viaja, conhece o Brasil, vive novos afetos e paixões. Para atenuar a intensificação de conflitos familiares, é intimado a trabalhar com o pai, diretor de uma gravadora, onde conhece Zeca, produtor musical experiente, que se transforma em uma espécie de guru e lhe apresenta novos autores e poetas.
O jovem inquieto passa a surpreender com letras de alta densidade poética, que definiam sentimentos e idéias para a sua própria geração, até então, sem porta-voz. A apoteótica apresentação do Barão Vermelho no 1o Rock in Rio em 1985 era a prova de que aqueles jovens que cresceram sob a ditadura podiam finalmente cantar "para o dia nascer feliz" com Cazuza enrolado na bandeira do Brasil.
O sucesso, no entanto, não domesticou as arestas do novo ídolo. Viver cada vez mais intensamente, romper limites e correr todos os riscos fazia parte de seu show cotidiano, monitorado, na medida do possível, por uma mãe atenta e preocupada, mas também orgulhosa do talento do filho que adorava acima de tudo. A falta de regras se incluía na seleção de repertório e ele surpreendeu novamente, por exemplo, ao cantar O Mundo é um Moinho, de Cartola, uma opção inesperada para um roqueiro.
O diagnóstico de que era portador do vírus HIV foi recebido pelo jovem artista com desespero, seguido da busca de novas formas de tratamento para uma doença que, na época, representava uma sentença de morte a curtíssimo prazo. E foi justamente sob esta condenação que Cazuza deu provas de uma coragem sem precedentes no país: expôs a doença e sua deterioração física, apresentou-se em público em shows comoventes e não abriu mão dos poucos prazeres que lhe restavam, disposto a viver o tempo que tivesse como sempre quis: fiel a si mesmo, aos seus desejos e sentimentos. No curto futuro duvidoso que viveu, Cazuza nunca mentiu para si mesmo ou para as pessoas que amava.
Cazuza morreu em 1990 aos 32 anos.

"Estou escrevendo numa tarde cinzenta, fria. Trabalho pra espantar a solidão e meus pensamentos. Perdi muito tempo com este segredo. Hoje eu assumi publicamente a doença. Dizem que gente grande faz assim. Talvez eu esteja ficando grande. Mas ainda tenho muitos medos: medo de voar, de entrar no palco, de amar, de morrer... de ser feliz. Medo de fazer análise e perder a inspiração. Ganho dinheiro cantando as minhas desgraças. Comprar uma fazenda e fazer filhos, talvez fosse uma maneira de ficar pra sempre na Terra. Porque discos arranham e quebram… as pessoas, esquecem. Amor, Cazuza."

Curiosidades:

- Inicialmente o título do filme seria "Eu Preciso Dizer Que Te Amo".
- Para escolha do ator para o papel de Cazuza, Sandra Werneck, desde o início queria um desconhecido. Achava que nenhum ator muito marcado entraria na vida do Cazuza como eu gostaria. Foram mais de 60 testes, o Faustão anunciou a busca de um ator para o papel, muita gente apareceu. Nos testes, não dava cenas, preferia a improvisação. Daniel Oliveira foi sugerido pelo ator Sérgio Maciel, que tinha sido companheiro de Cazuza. Daniel tinha feito uma ponta em um filme que nunca passou, estava fazendo uma peça e só tinha participado de Malhação. No teste, ele deveria improvisar a cena de quando recebia o resultado do teste da Aids. A maioria dos atores chorava, corria, se desesperava. Ele pegou o teste, amassou, botou na boca e cantarolou "o meu futuro é duvidoso". Ele teve uma atitude totalmente Cazuza. Sandra Werneck não teve mais dúvida, mas não podia escolher sozinha. Levou uma fita com oito testes para os pais do Cazuza. Quando João viu Daniel, falou: "é esse, Lucinha".
- Os atores fizeram um curso de preparação com Walter Lima Jr. Ninguém se conhecia, quem era músico não era ator, quem era ator não era músico. O Arlindo Lopes, que faz o Dé, não sabia tocar nada, aprendeu em um mês. O Cadu Favero, que faz o Frejat, só sabia tocar o solo de "Pro dia nascer feliz". O André Pfefer, que faz o Maurício, não era ator. O Dudu, que faz o Guto, é um super ator, mas não era músico. Daniel Oliveira brincava de cantar em Belo Horizonte, mas nada profissional. Durante a preparação do filme tive aula de canto para chegar mais perto do timbre do Cazuza.
- Produtor do primeiro disco do Barão Vermelho, em 82, junto com Ezequiel Neves, Guto Graça Mello assina a direção musical do filme, que tem pelo menos 40 cenas envolvendo parte do repertório da banda e de Cazuza, além de músicas clássicas e outras de Cartola e Ney Matogrosso.
- A carreira do Barão Vermelho deslanchou depois que Guto e Ezequiel conseguiram vencer a resistência de João Araújo, pai de Cazuza e presidente da Som Livre, a gravar o primeiro disco do Barão Vermelho. Nos últimos oito meses, Guto recolheu os tapes de gravações e recuperou todo o material da banda.
- Daniel Oliveira usou de lente de contato e teve que emagrecer 11 quilos, para o papel. Perdeu os 11 quilos em três semanas em um regime radical - em casa e num spa.
- Antes de começar as filmagens de Cazuza, Emílio de Mello quis conhecer Ezequiel Neves, sua personagem no filme e parceiro de longa data de Cazuza. Um contato que chegou a render eventuais mexidas no roteiro, aprovadas pela diretora Sandra Werneck
- A exemplo de seus outros filmes, o apartamento de Sandra, na Gávea, também serviu de locação, como casa de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza.
- Em um no pátio de um condomínio na Epitácio Pessoa, na Lagoa, para recriar num palco improvisado o primeiro show do Barão Vermelho, que na realidade ocorreu em 82 na Barra.
- Flávio Tambellini, que assina a co-produção, viabilizou a construção de uma réplica do Circo Voador no Arpoador e a criação em estúdio de cenários que revivem o Rio dos anos 80 e de Cazuza.
- Os figurinos também trazem de volta as marcas que ditaram a moda na Zona Sul dos anos 80. O olhar atento desvenda rapidamente a camiseta da lata, os anjinhos da Fiorucci, a bermuda jeans da Dimpus, os tênis das marcas All Star e Company, a calça baggy, os biquínis de pano e de tricô, spencers, leggings e as bandanas coloridas. E também o brinco grande numa orelha só, os cabelos assimétricos e as ombreiras. A figurinista Claudia Kopke vasculhou em brechós as relíquias que fizeram a cabeça e vestiram os jovens da geração Cazuza. Para retratar o período que começa no fim dos anos 70 e termina com a morte do cantor, em 90, o filme desfila por dois estilos diferentes.
- A equipe reproduziu as camisetas usadas em shows pelos músicos do Barão Vermelho. Numa delas, Cazuza expõe toda a sua irreverência com os dizeres "Prefiro o Toddy ao tédio".

"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói."

Ficha Técnica

Título original: Cazuza - O Tempo Não Pára
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Lançamento (Brasil): 2004
Distribuição: Columbia Tristar Films
Direção: Sandra Werneck e Walter Carvalho
Roteiro: Fernando Bonassi e Victor Navas
Produção: Daniel Filho
Direção de produção: Marcelo Torres
Co-produção: Flávio Tambellini, Lereby Produções, Globo Filmes, Cineluz Produções, Columbia Tristar Films e Petrobras Distribuidora
Música: Guto Graça Mello
Som: Zezé d'Alice
Fotografia: Walter Carvalho
Direção de arte: Cláudio Amaral Peixoto
Figurino: Claudia Kopke
Edição: Sergio Mekler
Maquiagem: Juliana Mendes

Elenco

Daniel de Oliveira (Cazuza)
Marieta Severo (Lucinha Araújo)
Reginaldo Faria ( João Araújo)
Andréa Beltrão (Malu)
Leandra Leal (Bebel Gilberto)
Emílio de Mello (Zeca)
Cadu Favero (Frejat)
André Gonçalves (Maneco)
Arlindo Lopes (Dé)
Dudu Azevedo (Guto)
André Pfefer (Maurício)
Eduardo Pires (Serginho)
Maria Flor (Garota de Bauru)
Fernanda Boechat (Garota da ponte)
Pierre Santos (Tonico)
Victor Hugo (Bené)
Maria Mariana (Talita)
Débora Falabella (Dani)
Henrique Pires

O Contador de Histórias

O Contador de Histórias incita a imaginação e revela seu poder de transformar as mais simples situações cotidianas em estórias mirabolantes e divertidíssimas.
É através dessa incrível capacidade imaginária que Roberto Carlos Ramos narra sua trajetória de vida. Mostrando que a solidariedade e a construção da amizade, acompanhadas de carinho, afeto, atenção, paciência e confiança é o verdadeiro poder de transformação a qualquer ser humano.

Sinopse:

'O Contador de Histórias', filme de Luiz Villaça baseado na vida do mineiro Roberto Carlos Ramos, é a história de como o afeto pode transformar a realidade.
Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar histórias, transformando, com a narrativa, suas próprias experiências de frustração em fábulas cativantes. Aos 6 anos, o menino cheio de imaginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém criada pelo governo. Ela acredita estar, assim, garantindo um futuro melhor para seu filho.
A realidade na instituição é diferente do que se promovia pela propaganda na TV e Roberto, aos poucos, perde a esperança. Aos treze anos, após incontáveis fugas, ele é classificado como irrecuperável, nas palavras da diretora da entidade. Contudo, para a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que vem ao Brasil para o desenvolvimento de uma pesquisa, Roberto representa um desafio. Determinada a fazer do menino o objeto de seu estudo, tenta se aproximar dele.
O garoto em princípio reluta, mas, depois de uma experiência traumática, procura abrigo na casa de Margherit. O que surge entre os dois é uma relação de amizade e ternura, que porá em xeque a descrença de Roberto em seu futuro e desafiará Margherit a manter suas convicções.

Biografia:

Roberto Carlos Ramos viveu dos 6 aos 13 anos de idade longe da família como interno da Febem. Analfabeto, usou drogas e roubou nas ruas de Belo Horizonte. Teve 132 fugas registradas no seu prontuário e foi considerado "um caso irrecuperável".
Mas ao contrário do que acontece com milhões de crianças e adolescentes em situação semelhante, não caiu na marginalidade. Aos 13 anos foi adotado por uma francesa que se negou a acreditar que uma criança como ele pudesse ser um caso perdido.
Marguerit Duvas provou que estava certa. Com ela, Roberto aprendeu a ler e a escrever, a falar francês e, principalmente, a dar e receber afeto. Aprendeu a ter autoestima e autoconfiança. Na França, conseguiu concluir seus estudos. Viveu em Marselha até completar dezenove anos, quando retornou ao Brasil para cursar a faculdade na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao concluir o cuso, retornou à Febem como estagiário.


O pedagogo Roberto Carlos dedicou boa parte de sua carreira como escritor aos livros infantis. Seus livros possuem uma narrativa próxima às histórias narradas oralmente por ele, alguns acompanhados de CD de audio ou DVD's com animações ou com a presença do próprio Roberto Carlos contando as histórias.


Obra:
A Arte de Construir Cidadãos: As 15 lições da Pedagogia do Amor
When The Night is Dark in Brazil
Marambaia
O Contador de Histórias
Resgatando e Contando Nossas Histórias Folclóricas
O Dia depois de Amanhã em Minas
O Morro e a Morte


Hoje, Roberto Carlos Ramos é considerado um dos melhores contadores de histórias do mundo!


Ficha Técnica:

Título Original: O Contador de Histórias
Origem: Brasil, 2009
Direção: Luiz Villaça
Roteiro: Mauricio Arruda, José Roberto Torero, Mariana Veríssimo e Luiz Villaça
Produção: Francisco Ramalho Jr. e Denise Fraga
Fotografia: Lauro Escorel
Edição: Umberto Martins e Maria Altberg
Música: André Abujamra e Marcio Nigro


Elenco:

Marco Antonio, Paulinho Mendes, Cleiton Santos, Maria de Medeiros, Malu Galli, Ju Colombo, Daniel Henrique da Silva, Ricardo Perpétuo, Matheus de Freitas, Victor Augusto da Silva, Teuda Bara, Jacqueline Obrigon, Luciana Carnieli, Chico Diaz, Paulo Federal, Mauricio Marques, Laerte Mello, Rhena de Faria, Cesar Lopes e Montanha Carvalho.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil.





Glauber o Filme, Labirinto do Brasil é um filme documentário brasileiro de 2003, dirigido por Sílvio Tendler.

Glauber o Filme redescobre o cinema e as idéias do cineasta brasileiro Glauber Rocha. O filme causou furor no festival de Brasília, levando a uma maior procura dos filmes de Glauber.
Filho de Adamastor Bráulio Silva Rocha e de Lúcia Mendes de Andrade Rocha, Glauber Rocha nasceu na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.

Foi criado na religião da mãe, que era protestante, membro da Igreja Presbiteriana por ação de missionários americanos da Missão Brasil Central.

Alfabetizado pela mãe, estudou no Colégio do Padre Palmeira - instituição transplantada pelo padre Luís Soares Palmeira de Caetité (então o principal núcleo cultural do interior do Estado).

Em 1947 mudou-se com a família para Salvador, onde seguiu os estudos no Colégio 2 de Julho, dirigido pela Missão Presbiteriana, ainda hoje uma das principais escolas da cidade.

Ali, escrevendo e atuando numa peça, seu talento e vocação foram revelados para as artes performativas. Participou em programas de rádio, grupos de teatro e cinema amadores, e até do movimento estudantil, curiosamente ligado ao Integralismo[carece de fontes?].

Começou a realizar filmagens (seu filme Pátio, de 1959, ao mesmo tempo em que ingressou na Faculdade de Direito da Bahia (hoje da Universidade Federal da Bahia, entre 1959 a 1961), que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, em que o foco era sempre sua paixão pelo cinema. Da faculdade foi o seu namoro e casamento com uma colega, Helena Ignez.

Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema. Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.

No livro 1968 - O ano que não terminou, Zuenir Ventura registra como foi a primeira vez que Glauber fez uso da maconha, bem como o fato de, segundo Glauber, esta droga ter seu consumo introduzido na juventude como parte dos trabalhos da CIA (Agência Americana de Inteligência) no Brasil.

Em 1971, com a radicalização do regime, Glauber partiu para o exílio, de onde nunca retornou totalmente. Em 1977, viveu seu maior trauma: a morte da irmã, a atriz Anecy Rocha, que, aos 34 anos, caiu em um fosso de elevador. Antes, outra irmã dele morreu, aos 11 anos, de leucemia.

Glauber faleceu vítima de septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito, de choque bacteriano, provocado por broncopneumonia que o atacava há mais de um mês, na Clínica Bambina, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, onde permaneceu 18 dias internado. Residia há meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se preparava para fazer um filme, quando começou a passar mal.
[editar] O cineasta

Antes de estrear na realização de uma longa metragem (Barravento, 1962), Glauber Rocha realizou vários curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969) são três filmes paradigmáticos, nos quais uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos da América. Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague.

Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, "Glauber se consumiu em seu próprio fogo".

Com Barravento ele foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Tchecoslováquia em 1963. Um ano depois, com 'Deus e o diabo na terra do sol, ele conquistou o Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco.

Foi com Terra em Transe que tornou-se reconhecido, conquistando o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na Espanha e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado de Glauber foi O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz Buñuel na Espanha.

Quem matou Pixote?





Quem matou Pixote? é um filme brasileiro de 1996, do gênero drama biográfico, dirigido por José Joffily. O filme conta a curta trajetória de Fernando Ramos da Silva, como ator e como pessoa.A história de Fernando Ramos da Silva, um semi-analfabeto que ficou conhecido ao interpretar o papel-título em Pixote - A Lei do Mais Fraco. Porém, quando a fama acabou ele não conseguiu trabalho como ator, se desesperou e acabou se enveredando pelo crime, como o personagem que interpretou.

Menino de rua, tornou-se ator ao ser escolhido para viver o personagem Pixote no filme Pixote, a Lei do Mais Fraco, de 1981, dirigido por Hector Babenco. O garoto foi considerado uma revelação e o filme foi muito premiado no Brasil e exterior. Tentou continuar a carreira no Rio de Janeiro, participando da telenovela global O Amor É Nosso, em 1981. Depois disso, Fernando nunca mais se destacou, fazendo apenas pequenas participações nos filmes Eles não Usam Black-tie, também de 1981, e Gabriela, Cravo e Canela, de 1983.

Tempos depois do filme, Fernando volta a Diadema (região do ABCD paulista), sempre na esperança de o posto de ator, acaba retornando à sua antiga vida, em um ambiente de total miséria e precariedade. Decidido a tentar novamente a carreira de ator, vai ao Rio de Janeiro, sendo escolhido para interpretar um personagem em uma novela da Rede Globo, com a ajuda de José Louzeiro. Porém, Fernando foi demitido em pouco tempo, por não conseguir decorar os textos, já que era semi-analfabeto.

Novamente vivendo nas ruas, se envolveu com a criminalidade, em parte devido à influência dos irmãos. Foi preso duas vezes, uma por assalto e outra por porte ilegal de arma. Logo após um assalto, aos 19 anos, Fernando foi assassinado por policiais em 1987.[1] Os assassinos, depois de uma longa disputa judicial, ainda se encontram em liberdade.

Sua esposa, Cida Venâncio, escreveu o livro Pixote Nunca Mais, o qual foi inspirador do filme Quem Matou Pixote?, de José Joffily, que conta a curta trajetória de Fernando Ramos da Silva como ator e como pessoa. No filme, Fernando foi vivido pelo ator Cassiano Carneiro.

Elenco

(Créditos em ordem de importância)

* Cassiano Carneiro ... Fernando Ramos da Silva (Pixote)
* Luciana Rigueira ... Cida Venâncio da Silva
* Joana Fomm ... Josefa
* Tuca Andrada ... Cafu
* Roberto Bomtempo ... Lobato
* Carol Machado ... Ana Lúcia
* Maria Luisa Mendonça ... Malu
* Antonio Abujamra ... Lawyer
* Paulo Betti ... Diretor de TV
* Edmilson Santi ... Policial
* Louise Cardoso
* Neuza Caribé ... Operária da briga
* Maria Lúcia Dahl ... Atriz de TV
* Candido Damm ... Carbonara
* Laura Lustosa ... Mulher assaltada
* Henrique Pires ... Homem assaltado
* Antônio Petrin ... Comissário
* Sávio Pinheiro ... Kiko
* Anselmo Vasconcelos ... Diretor do filme
* Thiago Vidal ... Fernando (criança)
* Orlando Vieira ... Louzeiro
* David Ypond ... Policial/Japa
* Luiz Sérgio Silva ... Homem dos búzios
* Janser Barreto ... Artista de rua
* Tina Águas ... Irmã de Fernando
* Luciane Vivas ... Irmã de Fernando
* Duda Mamberti ... Dono do Bar
* Maurício Souza Lima ... Jornalista na estréia de "Pixote"
* Tuca Moraes ... Jornalista na estréia de "Pixote"
* [[Márcia de Paoli ... Jornalista na estréia de "Pixote"
* Jaime Berenger ... Comparsa de Cafú
* Dirceu Bellizzi ... Comparsa de Cafú
* Sônia Praça ... Equipe de cinema
* Marcelo Ferreti ... Equipe de cinema
* Silvano Monteiro ... Jornalista na delegacia
* Marco Aurélio Harmelin ... Jornalista na delegacia
* Cacá Diaz ... Rapaz que dança com Ana Lúcia
* Antonio Abujamra ... Advogado
* Marco Antônio Americano ... Comprador de carro roubado
* Luiz Otávio ... Técnico de TV
* Isley Clair ... Amante de Cafú
* Rafaela Amado ... Aluna de teatro
* Pedro Brício ... Aluno de teatro
* Eduardo de Souza Assis Filho ... Kiko criança
* Talita Yasmim de Oliveira ... Jaqueline aos 3 anos
* Thaiana Santana ... Jaqueline com 1 ano
* Alexia de Oliveira ... Jaqueline com 1 mês
* Gabriela Saraiva ... Cida aos 9 anos

Roteiristas

* Jorge Durán
* Paulo Halm
* José Joffily
* José Louzeiro ... Livro "Pixote, a Lei do Mais Forte"

A Vida É um Sopro




A Vida É um Sopro é um documentário brasileiro sobre vida e obra do arquiteto Oscar Niemeyer.O filme fala da história de Oscar Niemeyer, um mais reconhecidos arquitetos brasileiros. De forma descontraída trata de aquitetura, histórias do arquiteto, luta política e de sua paixão pelas mulheres. No documentário são mostradas belas imagens de muitas de suas obras, a Casa das Canoas, o Palácio do Planalto, a Sede do Partido Comunista Francês, a Universidade de Constantine, o MAC Niterói, entre outras.Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907) é um arquiteto brasileiro, considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Moderna internacional. Foi pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado.
Filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida,[1] Oscar Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, na rua Passos Manuel, que receberia no futuro o nome de seu avô Ribeiro de Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal. Niemeyer foi profundamente marcado pela lisura na vida pública do avô, que como herança os deixou apenas a casa em que morava e cuja regalia era uma missa em casa aos domingos.

Niemeyer passa a sua juventude sem preocupações e na boêmia, frequentando o Café Lamas, o clube do Fluminense[2] e a Lapa. Em suas palavras: "parecia que estávamos na vida para nos divertir, que era um passeio."

Em 1928, aos 21 anos, casou-se com Anita Baldo, 18 anos, filha de imigrantes italianos da província de Pádua. A cerimônia de casamento na igreja do bairro atendeu aos desejos da noiva. "Casei por formalidade. Mais católica do que minha esposa é impossível, então não me incomodei em casar dessa forma". O casamento foi no mesmo ano da formatura no ensino médio. O casal teve somente uma filha, Anna Maria Niemeyer, que deu cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos ao arquiteto.

Casado, Oscar troca a vida boêmia pelo trabalho na tipografia do pai. Resolve retomar os estudos. Em 1929, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, de onde saiu formado como arquiteto e engenheiro, em 1934.

Desde sempre idealista, mesmo passando por dificuldades financeiras, decide trabalhar sem remuneração no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão. Não lhe agradava a arquitetura comercial vigente e viu no escritório de Lúcio Costa uma oportunidade para aprender e praticar uma nova arquitetura.

Viúvo desde 2004, casou-se em novembro de 2006, com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos.

Até 23 de setembro de 2009, quando foi internado, passando em seguida por duas cirurgias, para retirada da vesícula e de um tumor do cólon, o arquiteto costumava ir todos os dias ao seu escritório em Copacabana. Ultimamente, trabalhava no projeto Caminho Niemeyer, em Niterói, um conjunto de nove prédios de sua autoria.[3] Até outubro Niemeyer permaneceu internado no mesmo hospital, no Rio de Janeiro. Em 25 de abril de 2010, foi novamente internado, apresentando um quadro de infecção urinária. O arquiteto deveria participar do lançamento da edição especial da revista "Nosso Caminho", no dia 27 de abril, em homenagem aos 50 anos de Brasília. A festa foi cancelada.

Madame Satã




João Francisco dos Santos (Glória do Goitá, 25 de fevereiro de 1900 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1976), mais conhecido como Madame Satã, foi um transformista brasileiro, personagem emblemático da vida noturna e marginal do Rio de Janeiro na primeira metade do século XX.

Criado numa família de dezessete irmãos, João Francisco chegou a ser trocado, quando criança, por uma égua. Jovem, foi para Recife, onde viveu de bicos. Posteriormente, mudou-se para o Rio, indo morar no bairro da Lapa. Analfabeto, o melhor emprego que conseguiu foi o de carregador de marmitas. Mas há quem diga que foi cozinheiro de mão-cheia. Foram fatores de sua marginalização o fato de ser negro, pobre e homossexual.

Dotado de uma índole irônica e extrovertida, Santos logo pegou gosto pelo carnaval carioca. Foi assim que, em 1942, ao desfilar no bloco-de-rua Caçador de Veados, surgiu seu apelido. O transformista se apresentou com a fantasia Madame Satã, inspirada em filme homônimo de Cecil B. DeMille.

Era freqüentador assíduo do bairro da Lapa, (reduto carioca da malandragem e boemia na década de 1930), onde muitas vezes trabalhou como segurança de casas noturnas. Cuidava que as meretrizes não fossem vítimas de estupro ou de agressão.

Nos anos 30, João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã, tornou-se uma das figuras mais emblemáticas do Rio de Janeiro. Neste filme de Karim Ainouz, a vida do malandro, artista transformista, capoeirista, cozinheiro, presidiário e pai é recontada. João Francisco passou a maior parte da vida entre a boemia carioca e a prisão, especialmente nos arredores da Lapa. O filme se passa em 1932, quando o protagonista realiza seu grande sonho de se tornar um estrela dos palcos. É nesse processo de transformação e mitificação de Madame Satã (nome tirado do filme de Cecil B. De Mille, Madam Satan, de 1930) que a produção se concentra.


Prêmios

Ganhou cinco prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias de Melhor Ator (Lázaro Ramos), Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo), Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Melhor Direção de Arte. - Recebeu 10 indicações nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Emiliano Queiroz e Flávio Bauraqui), Melhor Atriz Coadjuvante (Renata Sorrah), Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Som.


Biografia

É ilimitado o anedotário criminal de João Francisco dos Santos (1900-1976). Credita-se ao malandro homossexual, tornado famoso como Madame Satã, mais de 100 assassinatos e 3 mil brigas. Com talento para o marketing pessoal, ele ajudou a forjar seu mito, de gay muito macho, bom de briga e fera na navalha, ao narrar como batia em policiais violentos. Seus casos eram espetaculares. Em um dos confrontos, teria amarrado uma navalha em um barbante e, em segundos, levado ao chão seis homens fardados. Satã se orgulhava ainda de, em uma briga de bar, ter matado o sambista Geraldo Pereira, autor de 'Escurinho'. Tornou-se lenda ainda vivo.



FICHA TÉCNICA

Diretor: Karim Ainouz
Produção: Marc Beauchamps, Isabel Diegues, Vincent Maraval, Mauricio Andrade Ramos, Walter Salles.
Roteiro: Karim Ainouz
Fotografia: Walter Carvalho
Trilha Sonora: Sacha Amback, Marcos Suzano
Duração: 105 min.
Ano: 2002
País: Brasil/ França
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: VideoFilmes / Wild Bunch
Classificação: 16 anos

Elenco: Lázaro Ramos, Marcelia Cartaxo, Flavio Bauraqui, Felippe Marques, Emiliano Queiroz, Renata Sorrah.

Foi preso várias vezes, chegando a ficar confinado ao presídio da Ilha Grande, agora em ruínas. Freqüentemente, Madame Satã enfrentava a polícia, sendo detido por desacato à autoridade. Exímio capoeirista, lutou por diversas vezes contra mais de um policial, geralmente em resposta a insultos que tivessem como alvo mendigos, prostitutas, travestis e negros.

É considerado uma referência na cultura marginal urbana do século XX.

Faleceu logo após a sua última saída da prisão, morando em sua casa que hoje em dia é um camping.

No ano de 2002, foi rodado no Brasil um filme sobre sua vida, que leva o também o nome de Madame Satã, que recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Nesse filme, João Francisco dos Santos foi interpretado pelo ator Lázaro Ramos.

Dois filhos de Francisco




O longa-metragem conta a trajetória dos famosos cantores sertanejos Zezé Di Camargo (Márcio Kieling) e Luciano (Thiago Mendonça) a partir do sonho do pai, Francisco Camargo (Ângelo Antônio). Trabalhador rural e apaixonado por música, ele passava todo o seu tempo livre escutando um rádio de pilha e planejando transformar os filhos em uma dupla caipira de sucesso, como aquelas que tanto gostava.

Premiaçõese Curiosidades

- Melhor Atriz (Dira Paes) no Festival de Língua Portuguesa, Lisboa, Portugal, 2006

- Melhor Diretor Estreante no Palm Spring Springs Film Festival, EUA,2006

- Melhor Filme (júri Popular) no Festival internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana, Cuba,2006.

- Melhor ator coadjuvante (José Dumont) e Melhor Ator (Ângelo Antonio) no Best Performace in a Internacional Fesnture Film – Yong Artist Award,2007.

- Melhor ator coadjuvante (José Dumont) e Melhor Ator (Ângelo Antonio) no Premio Qualidade Brasil, RJ,2007.

- Melhor Atriz Coadjuvante (Paloma Duarte) no Academia Brasileira de Cinema, RJ, 2007.

- Estréia de Breno Silveira como diretor de longa-metragem.

- As filmagens tiveram início em 1º de maio na cidade de Pirenópolis, em Goiás. Foram ao todo 8 semanas de filmagens, sendo uma no Rio de Janeiro.

- O orçamento de 2 Filhos de Francisco foi de R$ 5,9 milhões.

- As filmagens tiveram dois meses de duração

- Foi orçado em R$ 5,9 milhões

- Além de acompanharem de perto as gravações, os irmãos Zezé Di Camargo e Luciano também assinam a trilha sonora e atacam de narradores do filme, além de interpretarem eles próprios na fase adulta.

- Título inicial de 2 Filhos de Francisco - A História de Zezé Di Camargo e Luciano.

- O laboratório exigiu muito de toda a equipe. Ficaram durante cinco dias num sítio perto de Pirenópolis totalmente sem luz, onde acordavam às seis da manhã e, durante o dia, ordenhavam vacas e capinavam.

- A pedido de Paloma Duarte canção de seu pai, Antônio Marcos, vai entrar na trilha do filme

Fontes: Adorocinemabrasileiro, Cinema Yahoo
- A trilha sonora, traz a voz de grandes estrelas da MPB e tem Caetano Veloso como um de seus produtores, o outro é César Augusto. Caetano trabalhava no Rio, cuidando da parte MPB, Augusto gravava em São Paulo as sertanejas.

Biografia dos dois:

Prenunciados por versos que lhes serviriam como uma declaração de princípios, de romantismo incondicional - 'Eu não vou negar que sou louco por você' -, Zezé di Camargo e Luciano não fizeram cerimônia: foram logo estendendo o tapete vermelho para entrarem no seleto clube da MPB só para aqueles com álbuns com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Era apenas o disco de estréia, em 1991, quando tinham em mão "É O Amor", a música de maior sucesso do país naquele ano, um estouro, uma mania, um vício.

Começo tão promissor, poderia ser fogo de palha. Quanta gente já não trilhou o mesmo caminho, viveu seus 15 minutos de disco de diamante e virou recordação? Mas com eles não seria assim. Os meninos tinham um trunfo poderoso, uma usina de sucessos e de versos enamorados, um compositor de muitos amores: Zezé di Camargo, que antes mesmo de estourar com o irmão, já colocava suas composições nas vozes de outros cantores, brilhando como em "Solidão A Três", gravada por Leandro & Leonardo em 1990.

Dono de rara simplicidade poética, melódica e métrica, ao lado do irmão, Zezé foi emplacando no mínimo quatro mega sucessos por disco, praticamente todos denominados “Zezé di Camargo e Luciano”. E as vendagens foram crescendo, volta e meia chegando e ultrapassando a casa dos 2 milhões de CDs comercializados.

Os hits, para citar apenas um por ano, vêm fácil à memória auditiva: "Coração Está Em Pedaços" (1992), "Saudade Bandida" (93), "Vem Cuidar De Mim" (94), "Pão De Mel" (95), "Indiferença" (96), "Cada Volta é Um Recomeço" (97), "Pra Não Pensar Em Você" (98), "Pare!" (99), "Dou A Vida Por Um Beijo" (2000), "Passou Da Conta" (2001), "A Ferro E Fogo" (2002), "Pra Mudar Minha Vida" (2003). Isso sem se esquecer dos espanhóis Camargo e Luciano (94) e Zezé di Camargo e Luciano (2001), além de três discos ao vivo.

No somatório de todos estes lançamentos, a dupla de meninos pobres do interior de Goiás bateu os 20 milhões de cópias vendidas na carreira, o que lhes rendeu uma edição comemorativa com os 100 maiores sucessos da dupla, numa caixa de oito CDs, sendo um deles só com videoclipes. A dupla se firmou ainda como a maior vendedora de DVDs do mercado brasileiro, com Zezé di Camargo e Luciano ao vivo (2002) e Ao Vivo na Estrada (2004), ambos campeões de vendagem, consolidando uma carreira que a julgar pelo fôlego e a disposição da dupla ainda promete muito mais.

Fonte: SITE SONY BMG

Ficha técnica:

Título original: 2 Filhos de Francisco
Gênero: Drama
Duração:
Lançamento (Brasil): 2005
Distribuição: Columbia TriStar do Brasil
Direção: Breno Silveira
Roteiro: Patrícia Andrade e Carolina Kotscho
Produção: Luiz Noronha, Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Buarque de Hollanda e Breno Silveira
Co-produção: Conspiração Filmes, ZCL Produções e Columbia TriStar do Brasil
Música: Zezé di Camargo
Fotografia: André Horta
Direção de arte: Kiti Duarte
Figurino: Cláudia Kopke
Edição: Vicente Kubrusly

Elenco:

Márcio Kierling (Zezé di Camargo)
Thiago Mendonça (Luciano)
Ângelo Antônio (Seu Francisco Camargo)
Dira Paes (D. Helena Camargo)
Paloma Duarte (Zilú)
Dablio Moreira (Zezé di Camargo - criança)
Wigor Lima (Luciano - criança)
Marco Henrique (Emival)
Maria Flor (Solange)
Natália Lage (Cléo)
Jackson Antunes (Zé do Fole)
Pedro (Leandro)
Thiago (Leonardo)
Lima Duarte
José Dumont
Zezé Di Camargo
Luciano

"Lula, o filho do Brasil"

Com um elenco de altíssimo nível e uma produção impecável, o filme demonstra a suada trajetória da família Silva, semelhante a tantas outras famílias Brasileiras.

Por não ter um caráter eleitoreiro, quem assiste conhece mais intimamente a vida pessoal do Presidente, desde o seu nascimento no nordeste, passando pela ida à São Paulo e chegando no cargo mais importante do país.

Sinopse:

1945, sertão de Pernambuco. Menos de um mês depois de seu marido, Aristides, partir para tentar a vida em São Paulo, com uma moça bem mais nova, Dona Lindú dá a luz ao seu sexto filho, Luiz Inácio da Silva, que logo ganha o apelido de "Lula".

"Lula, o filho do Brasil" é a saga de uma familia Silva igual à odisséia de tantas outras familias Silva deste Brasil.

Um filme sobre uma mãe e um filho, um menino, um sobrevivente, um homem que tomou as rédeass da sua vida.

Curiosidades:
» Com roteiro de Denise Paraná, ex-assessora do presidente e responsável por sua biografia.

» O filme teve um gordo orçamento de R$ 17 milhões.

» O produtor Luiz Carlos Barreto se reuniu com o milionário argentino Eduardo Constantini Jr. para conversar sobre a distribuíção de 'Lula - O Filho do Brasil' em toda a america latina. Barreto revelou que o presidente Lula é bastante popular fora do Brasil, o que deve gerar um sucesso comercial para a produção

.» Filmado em dois estados (Pernambuco e São Paulo), sete cidades e 70 locações, entre 20 de janeiro e 18 de março de 2009, Lula, o Filho do Brasil percorre os principais pontos da trajetória humana de Lula, do árido sertão pernambucano, onde nasceu, à periferia de Santos, onde cresceu.

» No elenco de 130 atores destacam-se Rui Ricardo Diaz, que em sua estreia cinematográfica, interpreta Lula dos 18 aos 35 anos; Glória Pires como Dona Lindu, Cleo Pires (Lurdes, primeira mulher de Lula), Juliana Baroni (Marisa Letícia). Milhem Cortaz (Aristides, como o pai violento). As filmagens contaram ainda com 3.000 figurantes.

Biografia:

Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945 na cidade de Garanhuns, interior de Pernambuco. Casado com Marisa Letícia, desde 1974, tem cinco filhos. Lula, por sua vez, é o sétimo dos oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Mello. Em dezembro de 1952, a família de Lula migrou para o litoral paulista, viajando 13 dias num caminhão "pau de arara". Foi morar em Vicente de Carvalho, bairro pobre do Guarujá. Foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias. Em 1956, a família mudou-se para São Paulo, passando a morar num único cômodo, nos fundos de um bar, no bairro de Ipiranga. Aos 12 anos de idade, Lula conseguiu seu primeiro emprego numa tinturaria. Também foi engraxate e office-boy. Com 14 anos, começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve a Carteira de Trabalho assinada pela primeira vez. Lula transferiu-se depois para a Fábrica de Parafusos Marte e obteve uma vaga no curso de torneiro mecânico do Senai - Serviço Nacional da Indústria. O curso durou 3 anos e Lula tornou-se metalúrgico. A crise após o golpe militar de 1964 levou Lula a mudar de emprego, passando por várias fábricas, até ingressar nas Indústrias Villares, uma das principais metalúrgicas do país, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Trabalhando na Villares, Lula começou a ter contato com o movimento sindical, através de seu irmão José Ferreira da Silva, mais conhecido por Frei Chico. Em 1969, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema fez eleição para escolher uma nova diretoria e Lula foi eleito 2 suplente. Na eleição seguinte, em 1972, tornou-se primeiro-secretário. Em 1975, foi eleito presidente do sindicato com 92 por cento dos votos, passando a representar 100 mil trabalhadores. Lula deu então uma nova direção ao movimento sindical brasileiro. Em 78, Lula foi reeleito presidente do sindicato e, após 10 anos sem greves operárias, ocorreram no país as primeiras paralisações. Em março de 79, 170 mil metalúrgicos pararam o ABC paulista. A repressão policial ao movimento grevista e a quase inexistência de políticos que representassem os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional fez com que Lula pensasse pela primeira vez em criar um Partido dos Trabalhadores. O Brasil atravessava, então, um processo de abertura política lenta e gradual comandada pelos militares ainda no poder. Em 10 de fevereiro de 1980, Lula fundou o PT, juntamente com outros sindicalistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e religiosas. Em 1980, nova greve dos metalúrgicos provocou a intervenção do Governo Federal no sindicato e a prisão de Lula e outros dirigentes sindicais, com base na Lei de Segurança Nacional. Foram 31 dias de prisão. Em 1982 o PT já estava implantado em quase todo o território nacional. Lula liderou a organização do partido e disputou naquele ano o Governo de São Paulo. Em agosto de 83, participou da fundação da CUT - Central Única dos Trabalhadores. Em 84 participou, como uma das principais lideranças, da campanha das "diretas-já" para a Presidência da República. Em 1986, foi eleito o deputado federal mais votado do país, para a Assembléia Constituinte. O PT lançou Lula para disputar a Presidência da República em 1989, após 29 anos sem eleição direta para o cargo. Perdeu a disputa, no segundo turno, por pequena diferença de votos, mas dois anos depois liderou uma mobilização nacional contra a corrupção que acabou no "impeachment" do presidente Fernando Collor de Mello. Em 1994 e 1998, Lula voltou a se 3 candidatar a presidente da República e foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso. Desde 1992, Lula atua como conselheiro do Instituto Cidadania, organização não-governamental criada após a experiência do Governo Paralelo, voltado para estudos, pesquisas, debates, publicações e principalmente formulação de propostas de políticas públicas nacionais, bem como de campanhas de mobilização da sociedade civil rumo à conquista dos direitos de cidadania para todo o povo brasileiro. Na última semana de junho de 2002, a Convenção Nacional do PT aprovou uma ampla aliança política (PT, PL, PCdoB, PCB e PMN) que teve por base um programa de governo para resgatar as dívidas sociais fundamentais que o país tem com a grande maioria do povo brasileiro. O candidato a vice-presidente na chapa é o senador José Alencar, do PL de Minas Gerais. Em 27 de outubro de 2002, aos 57 anos de idade, com quase 53 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito Presidente da República Federativa do Brasil.

Ficha Técnica:

Diretor: Fábio Barreto
Elenco: Rui Ricardo Diaz, Glória Pires, Cleo Pires, Marat Descartes, Milhem Cortaz, Lucélia Santos, Antônio Pitanga, Juliana Baroni
Produção: Paula Barreto, Rômulo Marinho Jr.
Roteiro: Denise Paraná, Daniel Tendler, Fernando Bonassi
Fotografia: Gustavo Hadba
Trilha Sonora: Antonio Pinto, Jaques Morelenbaum
Duração: 130 min.
Ano: 2009
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Europa Filmes
Estúdio: LC Barreto
Classificação: 12 anos


Elenco:

Rui Ricardo Dias - Luiz Inácio Lula da Silva (adulto)
Guilherme Tortólio - Luiz Inácio Lula da Silva (adolescente)
Felipe Falanga - Lula 7 anos
Glória Pires - Eurídice Ferreira de Melo (Dona Lindu)
Lucélia Santos - Professora de Lula [25]
Cléo Pires - Maria de Lurdes da Silva
Juliana Baroni - Marisa Letícia Lula da Silva
Milhem Cortaz - Aristides Inácio da Silva (pai de Lula)
Clayton Mariano - Lambari
Suzana Costa - parteira [7]
Jones Melo - vendedor [7]
José Ramos - motorista de pau-de-arara [7]
Antônio Pitanga - Sr. Cristóvão
Celso Frateschi - Sr. Álvaro
Marcos Cesana - Cláudio Feitosa
Sóstenes Vidal - Ziza
Antonio Saboia - Vavá
Eduardo Acaiabe - Geraldão
Marat Descartes - Arnaldo
Nei Piacentini - Dr. Miguel
Luccas Papp - Lambari aos 15 anos
Vanessa Bizarro - Lurdes 13 anos
Maicon Gouveia - Jaime
Fernando Alves Pinto - Jornalista
Rayana Carvalho - Dona Mocinha
Jonas Melo - Tosinho
Mariah Teixeira - Marinete
Fernanda Laranjeira - Tiana

FOTO: http://filmeson.com/upload/capas/lula-o-filho-do-brasil-2009.jpg

Fontes: Cinepop - lulafilhodobrasil.com.br

Aleijadinho - Paixão, Glória e Suplício

Aleijadinho - Paixão, glória e suplício é um filme brasileiro de 2003, do gênero drama biográfico, dirigido por Geraldo Santos Pereira.
A história do escultor mineiro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, acompanhando sua vida e sua formação artística e cultural. O filme mostra o relacionamento com a escrava Helena, os conflitos políticos com o pai, um arquiteto português, a sua amizade com o inconfidente Cláudio Manoel da Costa e a doença que o deixou deformado, mas não conseguiu impedi-lo de trabalhar.
Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador. Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.

Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto).

Já com a doença, Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O trabalho artístico formado por 66 imagens religiosas esculpidas em madeira e 12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro.

A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista.

Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.

Segundo Bretas, Antônio Francisco sabia ler e escrever e poderia haver estudado latim. Sobre sua formação artística, a Memória do vereador de Mariana indica que Antônio Francisco teria recebido lições de seu pai e do desenhista e pintor português João Gomes Batista. Também Antônio Francisco Pombal, irmão do pai do Aleijadinho e portanto seu tio, era um afamado escultor e poderia ter participado da educação do jovem Antônio. Os críticos também apontam os escultores portugueses Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha como possíveis influências. Com Coelho de Noronha o Aleijadinho trabalhou efetivamente no início de sua carreira, cerca de 1758, nas obras de talha da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté[3][8].

Alguns acreditam que Antônio Francisco poderia haver viajado ao Rio de Janeiro – então capital da colônia – na década de 1770, cuja fervilhante atividade artística também poderia ter influenciado o artista. Não há, porém, provas documentais de tal viagem. Outras fontes para o seu estilo podem ser a arte gótica e renascentista, pois ele teria tido contato com gravuras florentinas do século XV, identificadas como modelos para as vestes dos profetas de Congonhas[9]. Outros apontam uma possível inspiração para seus riscos arquitetônicos os desenhos de igrejas alemãs, e para suas esculturas modelos do Barroco europeu, especialmente o bávaro, divulgados através de gravuras. Note-se que em todo o Barroco mineiro, se desenvolvendo sob uma estrutura de ensino e produção de arte bastante precária e artesanal, essencialmente corporativa, a prática de aprendizado através do estudo de reproduções de grandes exemplares da arte européia foi um fenômeno de larga difusão entre os artistas, que nelas buscavam inspiração para seus próprios trabalhos.

Doença e morte

Anjo com o cálice da Paixão, Santuário de Congonhas

A partir de 1777, o artista começou a sofrer os sintomas de uma misteriosa doença que lhe causou deformidades no corpo e que lhe valeram a alcunha de "Aleijadinho". Bretas diz que Antônio sofria dores horríveis e que eventualmente perdeu os dedos dos pés e teve de andar de joelhos. Também terminou por perder os dentes e os dedos das mãos, e suas deformidades teriam feito com que trabalhasse escondido por tendas para que as pessoas não o observassem. Seu escravo Maurício seria o responsável por atar a suas mãos os cinzéis com os quais esculpia[5]. Atualmente se debate que doença poderia ter causado esses problemas ao Aleijadinho, dividindo-se as opiniões entre sífilis, reumatismo, porfíria, hanseníase, lepra e poliomielite.[6] É muito provável que os sintomas devastadores descritos por Bretas sejam um tanto exagerados, uma vez que seria muito difícil que com tamanhas mutilações o Aleijadinho pudesse ter esculpido suas últimas obras em Congonhas do Campo.

Ainda segundo Bretas, o Aleijadinho morreu pobre e esquecido. Nos últimos anos de sua vida viveu na casa de sua nora Joana, que cuidou-o até a morte, ocorrida em 1814. A certidão de óbito encontrada no arquivo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias diz o seguinte: "Aos dezoito de Novembro de mil oitocentos e quatorze, falleceo Antonio Francisco Lisboa, pardo solteiro de setenta e seis anos, com todos os Sacramentos encomendado Boa Morte e para clareza fiz passar este assento e que me assigno O Codjor José Como. De Moraes."

Como ocorre com outros artistas coloniais, a atribuição de obras ao Aleijadinho é dificultada pelo fato dos artistas da época não assinarem suas obras e pela escassez de fontes documentais. Em geral os documentos como contratos e recibos acordados entre as irmandades religiosas e os artistas são as fontes mais seguras para a atribuição de autorias. Também outros documentos, como a Memória do vereador de Mariana transcrito por Bretas e a tradição oral são elementos úteis. Por último, comparações estilísticas entre as obras conhecidas com obras de autoria desconhecida podem ser usadas para atribuir uma determinada obra a um artista. É sabido também que Aleijadinho exerceu influência em vários outros escultores, que assimilaram sua maneira em graus variados, fazendo algumas atribuições mais difíceis.

O Aleijadinho foi essencialmente um escultor, trabalhando tanto no entalhe de imagens, retábulos e outros elementos de madeira (talha) como na escultura em pedra-sabão, com a qual realizou elementos de portadas de igrejas e também lavabos e estátuas de vulto. Ele também atuou como arquiteto, ainda que a natureza e significado de suas obras nesse campo sejam motivo de controvérsia.

Sua maior realização são os conjuntos escultóricos do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo - as 66 estátuas da Via Sacra, distribuídas em seis capelas independentes, e os 12 Profetas no adro da igreja. Todas as cenas da Via Sacra, talhadas entre 1796 e 1799, são intensamente dramáticas, e o vivo colorido das estátuas aumenta esse efeito. Gilberto Freyre via nessas peças um grito pungente e sarcástico, ainda que velado, de protesto contra a opressão da colônia pelo governo português e do negro pelo branco. Ao mesmo tempo, identificava raízes tipicamente folclóricas para a constituição do seu extravagante estilo formal, como a iconografia satírica da cultura popular, se admirando da hábil maneira com que Aleijadinho introduziu elementos da voz do povo para dentro do universo da alta cultura do Barroco internacional, corrente onde sua obra se insere[11].

A outra parte do conjunto de Matosinhos é as 12 esculturas dos profetas, realizadas entre 1800 e 1805, cujo estilo em particular é fonte de controvérsia desde a manifesta incompreensão de Bernardo Guimarães no século XIX, que desconcertado diante dos aparentes erros de talha e desenho, ainda assim reconhecia nas estátuas momentos de notável beleza e solenidade, verdadeiramente dignas dos profetas[12]. As proporções das figuras são extremamente distorcidas, chegando em alguns casos ao grotesco. Uma parte da crítica atribui isso à incompetência de seu grupo de auxiliares ou às dificuldades de manejo do cinzel geradas por sua doença, mas outros se inclinam para ver nelas uma intencionalidade expressiva, e outros ainda entendem as distorções como recurso eminentemente técnico destinado a compensar a deformação advinda do ponto de vista baixo a partir do qual as estátuas são vistas, demonstrando o criador estar ciente dos problemas e exigências da representação figural em escorço. De fato a dramaticidade do conjunto é intensificada por essas formas aberrantes, que se apresentam em uma gesticulação variada e teatral, imbuída de significados simbólicos referentes ao caráter do profeta em questão e ao conteúdo de sua mensagem[9][13]. Segundo Soraia Silva,

"O que o Aleijadinho efetivamente deixou representado nesta obra foi uma dinâmica postural de oposições e correspondências. Cada estátua representa um personagem específico, com sua própria fala gestual. Mas apesar dessa independência no espaço representativo e até mesmo no espaço físico, elas mantêm um diálogo corporal, formando uma unidade integrada na dança profética da anunciação da vida, morte e renascimento".


Elenco

Bachianas Brasileiras: Meu Nome É Villa-Lobos



Bachianas Brasileiras: Meu Nome É Villa-Lobos é um filme brasileiro de 1979 dirigido para a televisão por José Montes-Baquer, baseado na biografia do compositor Heitor Vila-Lobos.

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.[1]

Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.[2]

Filho de Noêmia Monteiro Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos, foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo médico.[3] No entanto, Raul Villa-Lobos, pai do compositor, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador,[1] deu-lhe instrução musical[4] e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo.[5] Aos 12 anos, órfão de pai,[6] Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes; paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão. De temperamento inquieto, empreendeu desde cedo escapadas pelo interior do Brasil, primeiras etapas de um processo de absorção de todo o universo musical brasileiro.[4] Em 1913 Villa-Lobos casou-se com a pianista Lucília Guimarães, indo viver no Rio de Janeiro.[7] Em 1915 realiza o primeiro concerto com obras de sua autoria.[1][4]Curiosidade:Dado Vila-Lobos do Legião Urbana é sobrinho-neto de Heitor Vila-Lobos

Em 1922 Villa-Lobos participa da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte embarca para Europa, regressando ao Brasil em 1924. Viaja novamente para a Europa em 1927, financiado pelo milionário carioca Arnaldo Guinle. Desta segunda viagem retorna em 1930, quando realiza turnê por sessenta e seis cidades. Realiza também nesse ano a " Cruzada do Canto Orfeônico" no Rio de Janeiro.[3] Seu casamento com Lucília termina na década de 1930.[8] Depois de operar-se de câncer em 1948, casa-se com Arminda Neves d'Almeida a Mindinha, uma ex-aluna,[8] que depois de sua morte se encarrega da divulgação de uma obra monumental.[9] O impacto internacional dessa obra fez-se sentir especialmente na França e EUA, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte.[10] Villa-Lobos nunca teve filhos.[11]

Em 1960, o governo do Brasil criou o Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro.

Raízes do Brasil


O filme Raízes do Brasil é um documentário dirigido por Nelson Pereira dos Santos a respeito da vida e da obra do escritor e jornalista Sérgio Buarque de Holanda.

O lançamento do longa-metragem no Brasil, em 2004, foi uma homenagem ao centenário de nascimento de Sérgio Buarque de Holanda (1902). O documentário inclui imagens do arquivo pessoal do escritor e cenas históricas (século XX).

Sérgio Buarque de Holanda estudou em diversas escolas de São Paulo. Mudou-se, em 1921, para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1925.

Ao longo da década de 1920, atuou como representante do movimento modernista paulista no Rio de Janeiro. Trabalhou então em diferentes órgãos de imprensa e, entre 1929 e 1930, foi correspondente dos Diários Associados em Berlim, onde também frequentou atividades acadêmicas, como as conferências do historiador Friedrich Meinecke.

De volta ao Brasil no começo dos anos 30, continuou a trabalhar como jornalista. Em 1936, obteve o cargo de professor assistente da Universidade do Distrito Federal. Neste mesmo ano, casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teria sete filhos: Sérgio, Álvaro, Maria do Carmo, Ana Maria, Maria Cristina, além dos músicos Miúcha e Chico Buarque. Ainda em 1936, publicou o ensaio Raízes do Brasil, que foi seu primeiro trabalho de grande fôlego e, ainda hoje, é o seu escrito mais conhecido.

Em 1939, extinta a Universidade do Distrito Federal, passou a trabalhar na burocracia federal. Em 1941, passou uma longa temporada como visiting scholar em diversas universidades dos Estados Unidos.

Reuniu, no volume intitulado Cobra de Vidro, em 1944, uma série de artigos e ensaios que anteriormente publicara nos meios de imprensa. Publicou em 1945 e 1957, respectivamente, Monções e Caminhos e Fronteiras, que consistem em coletâneas de textos sobre a expansão oeste da colonização da América Portuguesa entre os séculos 17 e 18.

Em 1946, voltou a residir em São Paulo, para assumir a direção do Museu Paulista, - que ocuparia até 1956 - sucedendo então ao seu antigo professor escolar Afonso Taunay. Em 1948, passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na cátedra de História Econômica do Brasil, em substituição a Roberto Simonsen.

Viveu na Itália entre 1953 e 1955, onde esteve a cargo da cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma. Em 1958, assumiu a cadeira de História da Civilização Brasileira, agora na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. O concurso para esta vaga motivou-o a escrever Visão do Paraíso, livro que publicou em 1959, no qual analisa aspectos do imaginário europeu à época da conquista do continente americano. Ainda em 1958, ingressou na Academia Paulista de Letras e recebeu o Prêmio Edgar Cavalheiro, do Instituto Nacional do Livro, por Caminhos e Fronteiras.

A partir de 1960, passou a coordenar o projeto da História Geral da Civilização Brasileira, para o qual contribuiu também com uma série de artigos. Em 1962, assumiu a presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros. Entre 1963 e 1967, foi professor convidado em universidades no Chile e nos Estados Unidos e participou de missões culturais da Unesco em Costa Rica e Peru. Em 1969, num protesto contra a aposentadoria compulsória de colegas da Universidade de São Paulo pelo então vigente regime militar, decidiu encerrar a sua carreira docente.

No contexto da História Geral da Civilização Brasileira, publicou, em 1972, Do Império à República, texto que a princípio fora concebido como um simples artigo para a coletânea, mas que, com o decurso da pesquisa, acabou por ser ampliado num volume independente. Trata-se de um trabalho de história política que aborda a crise do império brasileiro no final do século 19, explicando-a como resultante da corrosão do mecanismo fundamental de sustentação deste regime: o poder pessoal do imperador.

Permaneceu intelectualmente ativo até 1982, tendo ainda neste último decênio publicado diversos textos. De 1975 é o volume Vale do Paraíba - Velhas Fazendas e de 1979, a coletânea Tentativas de Mitologia. Nestes últimos anos, trabalhou também na reelaboração do texto de Do Império à República - que não chegou a concluir. Participou, em 1980, da cerimônia de fundação do Partido dos Trabalhadores. Neste mesmo ano, recebeu tanto o Prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores, quanto o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.

Escritos mais importantes

(por ano da 1. ed.)

* Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, 1936.
* Cobra de Vidro. São Paulo, 1944.
* Monções. Rio de Janeiro, 1945.
* Expansão Paulista em Fins do Século XVI e Princípio do Século XVII. São Paulo, 1948.
* Caminhos e Fronteiras. Rio de Janeiro, 1957.
* Visão do Paraíso. Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo, 1959.
* Do Império à República. São Paulo, 1972. (História Geral da Civilização Brasileira, Tomo II, vol. 5).
* Tentativas de Mitologia. São Paulo, 1979.
* Sergio Buarque de Hollanda: História (org. Maria Odila Dias). São Paulo, 1985.
* O Extremo Oeste [obra póstuma]. São Paulo, 1986.
* O espírito e a letra (org. Antonio Arnoni do Prado) 2 vols. São Paulo, 1996.
* Para uma nova história (org. Marcos Costa). São Paulo, 2004 (coletânea de textos, publicados, quase todos, em jornais de notícias).

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Noel - O Poeta da Vila


O longa “Noel – Poeta da Vila” é uma mistura acertada de novos e veteranos talentos no meio cinematográfico brasileiro. Nas mãos do diretor Ricardo Van Steen, que faz sua estréia na direção de longas-metragens, a história do famoso sambista da Vila Isabel foge da visão documental com uma versão mais romanceada do artista, ganhando cores através de outro estreante, o protagonista Rafael Raposo. Estes dois novos talentos se combinam às boas atuações de Camila Pitanga, Paulo César Peréio, Flávio Bauraqui, Jonathan Haangensen e outros nomes conhecidos do cinema nacional, além da participação de vários músicos do cenário do samba carioca, essenciais na composição desta história.

”Noel – Poeta da Vila” é um ótimo filme por diversos motivos, mas o primeiro deles é Rafael Raposo. Além da semelhança física, que o ator atingiu após perder 14 quilos (e ajudado por uma prótese no queixo), Rafael Raposo consegue mostrar a irreverência que marcou a vida e a obra do sambista, irreverência esta que dá o passo de todo o filme, dando leveza ao longa sem perder seu lado dramático. O segundo motivo é Camila Pitanga, destacando-se com uma personagem apaixonada que aos poucos é consumida pela mesma doença que seu amante (além dela sambar muito bem). Tudo envolto numa trilha sonora cheia de grandes clássicos do samba e que hoje já fazem parte do cotidiano brasileiro.
”Noel – Poeta da Vila” é biográfico sem ser chato. Os amores de Noel, seus duelos musicais com Wilson Batista, a doença agravada pela vida boêmia, enfim, a vida do compositor, dão profundidade a este romance sobre este importante período da história musical brasileira e sobre um de seus mais importantes representantes. Um excelente começo para o diretor Ricardo Van Steen.

É razoavelmente comum em cinebiografias vermos o esforço por, juntando pedaços de diferentes momentos da vida de alguma figura célebre, encontrar um sentido dramático para o percurso desta vida. Já começa ai o diferencial da proposta de Noel Rosa – O Poeta da Vila, estréia em longa de Ricardo Van Steen: se obedece a dinâmica do “the best scenes of life”, mantém os fragmentos no campo dos fragmentos. Cada pedaço da trajetória de Noel Rosa é, antes de ser uma parte necessária para se entender o conjunto de sua existência, um pedaço com existência própria, não porque tenha sentido autônoma, mas porque tem uma riqueza em si mesmo: a riqueza da experiência.
Van Steen opta por se ater em um período condensado. Parte da transição dos estudos de medicina para o mergulho no mundo do samba e termina com a morte precoce do compositor por tuberculose, aos 26 anos. Essa opção pela abordagem de poucos anos de Noel, se não chega a instalar o filme em momentos de observação mais detida, ajuda o diretor a captar uma atmosfera de ambiente e época. O samba carioca dos anos 20/30, certamente, está impregnado em várias passagens. E é esse o ponto mais alto de O Poeta da Vila.
Mesmo tendo a seu favor um ator possuído em seu mimetismo minucioso, que se agiganta em alguns momentos com sua voz frágil e sua estatura miúda, o filme é especialmente feliz na aproximação com o entorno – não tanta pela reconstituição cenográfica e dos figurinos, mas, sobretudo, por conta da crença da direção e dos atores em estar lá, no Rio dos anos 20/30, com um jeito de postar-se em cena e de comandar as palavras todo próprio. Pode-se afirmar, sem risco de superlativismos, que há autenticidade, por assim dizer, nessa recuperação de época. Van Steen evita o cheiro de naftalina emanado de algumas iniciativas do gênero, investindo em uma câmera quase sempre fluente e suave, em um fluxo dinâmico na passagem entre os planos, em elipses nada didáticas e em uma imperfeição do enquadramento que, além de ofertar um saudável contraste com os planos mais compostos e “artísticos”, evita uma mumificação da imagem do passado. O Rio de ontem, nesse sentido, respira contemporaneidade.
Não significa que, entre o primeiro e o último plano, tudo é ginga. Se há situações especialmente bem sucedidas, como o início da transa entre Noel e sua esposa, com o vidro de uma porta entre eles e a câmera, também existem circunstâncias desastradas, como uma outra transa, agora do compositor com sua amante Ceci (Camila Pitanga), um e outro com máscaras para não se contaminarem com a tuberculose. A cena, menos pelo que mostra em quadro, mais pelo quadro em si, quebra o registro, mas sem apresentar um outro registro à altura do padrão estipulado por Van Steen. De qualquer forma, esse é um momento quase de exceção, que, se comparado ao restante do material, realmente parece parte de outro trabalho. Se não chega a ser memorável ou impactante, se não ambiciona a poesia experimental de um Sganzerla (Isto é Noel Rosa), se não incorpora mais a criação musical que o criador dos sambas em sua frente de abordagem, O Poeta da Vila, ao menos, tem a grandeza de ambicionar ser modesto e digno em seu enfoque e encenação. Ponto positivo!

Sinopse:
O filme acompanha Noel Rosa através de seus últimos anos, do sucesso à morte prematura causada pela tuberculose. Nascido em uma família com boas condições, branco, estudante de Medicina e com um defeito no queixo, ele prefere a companhia dos negros, dos malandros e das mulheres da vida pelos bares da cidade, e é através de suas andanças por este outro “mundo” que ele conhece Ismael Silva (Flávio Bauraqui), com quem logo faz amizade. Encorajado por Ismael, também compositor, Noel se insere no mundo do samba com a música “Com que Roupa?”, sucesso imediato de Carnaval. Sempre muito debochado, Noel faz amizades pela noite carioca dos anos 30, se juntando a figuras que hoje fazem parte da memória da época, como Cartola, Wilson Batista e Mário Lago (este último vivido por um irreconhecível Supla). Nesse mundo de cabarés e bebedeiras ele também conhece Ceci (Camila Pitanga, excelente), uma dançarina de cabaré por quem se apaixona. Ceci rapidamente se torna musa inspiradora e amante de Noel, que enquanto isso tenta manter a vida de casado com Lindaura (Lidiane Borges).

Curiosidades:

- Estréia de Ricardo van Steen como diretor.
- As filmagens de Noel - Poeta da Vila ocorreram no final de 2004.
- Exibido na mostra Première Brasil, no Festival do Rio 2006.
- Titulos no exterior: Noel e The Samba Poet .


Ficha Técnica

Título original: Noel - Poeta da Vila
Gênero: Drama
Duração: 100 min.
Lançamento (Brasil): 2006
Distribuição:
Direção: Ricardo van Steen
Roteiro: Pedro Vicente
Produção: Paulo Dantas
Co-produção: Movi&Art e Zohar Cinema
Música: Arto Lindsay
Fotografia: Paulo Vainer
Direção de arte: Cláudio Amaral Peixoto
Figurino: Bia Salgado
Edição: Umberto Martins

Elenco

Rafael Raposo (Noel Rosa)
Camila Pitanga (Ceci)
Paulo César Pereio (Médico de Noel)
Roberta Rodrigues (Lola)
Flávio Bauraqui (Ismael Silva)
Jonathan Haagensen (Cartola)
Rui Resende (Neca / Pai de Noel)
Rodrigo Amim (Vadico)
Supla (Mário Lago)
Fabrizio Fasano (Kid Pepe)
Wilson das Neves (Papagaio)
Rodrigo Lima (Almirante)
Laura Lustosa (Martha, Mãe de Noel)
Leandra Miranda (Deolinda)
Pedro Miranda (Mario Reis)
Dalva Rodrigues (Olindina)
Otto
Carol Bezerra (Aracy de Almeida)
Erika Puga (Justina)
Tia Surica
Fábio Barreto (Saturno)
Lidiane Borges (Linda)
Mário Broder
Valéria Castro
Daniel de Castro (Helio Rosa)
Ingrid Conte
Alexandre da Costa
Milton Filho
Eduardo Gallott
Cristiano Gualda
Fábio Lago

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Zuzu Angel

O filme se passa durante a época da ditadura militar, revelando um Brasil de cabeça para baixo devido a mortes, torturas, desaparecimentos e exílios enfrentados por cidadãos de todas as classes.
Nesse contexto político, vive Zuzu Angel, uma famosa estilista cujo trabalho faz sucesso em todo o mundo. Seu filho, Stuart Edgar Angel Jones, era um militante contrário à ditadura. Foi preso, torturado e morto nas dependências do DOI-CODI.
Revelada a sua morte, inicia-se então a guerra de Zuzu contra o regime então vigente pela recuperação do corpo de seu filho.

Ficha Técnica:
Título original: Zuzu Angel
Gênero: Drama
Duração: 01h 50 min
Ano de lançamento: 2006
Direção: Sérgio Rezende
Roteiro: Marcos Bernstein e Sérgio Rezende
Produção: Joaquim Vaz de Carvalho
Música: Cristóvão Bastos
Fotografia: Pedro Farkasdesenho
Direção de arte: Marcos Flaksman
Figurino: Kika Lopes
Edição: Marcelo Moraes

Biografia:

Curvelo (MG) - 5 de junho de 1923
Rio de Janeiro - 14 de abril de 1976

Ainda menina, Zuleika Angel Jones mudou-se com a família para Belo Horizonte. Ali começou sua carreira como costureira, fazendo roupas para as primas. Depois foi para Bahia e, em 1947, estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde começou a carreira profissional. Já não era propriamente uma costureira, mas uma estilista, que criava sua própria moda, com uma linguagem muito pessoal.Tratava-se, além disso, de uma moda brasileira, com materiais do país e cores tropicais. Misturava renda, seda, fitas e chitas com temas regionalistas e folclóricos, com estampados de pássaros, borboletas e papagaios. Trouxe também para a moda as pedras brasileiras, fragmentos de bambu, de madeira e conchas. Buscava não somente o mercado da elite, como também queria vestir a mulher comum.Nos anos 1970 abriu sua loja em Ipanema e encantou o mundo. Conquistou o mercado norte-americano, foi vitrine de grandes lojas de departamentos e apareceu em importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos. Pioneiramente, começou a divulgar sua marca colocando-a do lado externo da roupa. O anjo era o seu logotipo.Sua maior luta pessoal, porém, começou com o seqüestro político de seu filho Stuart Angel Jones, estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ativista do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR-8, Stuart desapareceu depois de ter sido preso em 14 de junho de 1971 por agentes do CISA (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica). Zuzu saiu em busca do filho nas prisões e nos quartéis.Logo após a morte de Stuart, as torturas que sofreu foram narradas a Zuzu por meio de uma carta do preso político Alex Polari de Alverga. Segundo esse depoimento, Stuart foi arrastado por um jipe pelo pátio interno da Base Aérea do Galeão, com a boca no cano de descarga do veículo. Mais tarde, Alex ouviu os gritos de Stuart - numa cela ao lado - pedindo água e dizendo que ia morrer. Depois, seu corpo foi retirado da cela. Este depoimento de Alex consta do vídeo "Sônia Morta e Viva", produzido e dirigido por Sérgio Waisman, em 1985.Já separada do marido, o americano Norman Angel Jones, Zuzu Angel incansavelmente denunciou as torturas, a morte e ocultação do cadáver de Stuart, tanto no Brasil como no exterior. Em vários de seus desfiles denunciou os fatos para a imprensa, entregando pessoalmente uma carta a Henry Kissinger, na época Secretário de Estado do Governo norte-americano, já que seu filho também tinha a cidadania americana. Utilizou sua fama para envolver, a favor da sua causa, inúmeros clientes e amigos importantes: Joan Crawford, Kim Novak, Veruska, Liza Minelli, Jean Shrimpton, Margot Fonteyn e Ted Kennedy, entre outros.Zuzu passou a usar sua moda como forma de protesto fazendo - como ela mesma dizia - "a primeira coleção de moda política da história", usando ao lado dos anjos, as figuras de crucifixos, tanques de guerra, pássaros engaiolados, sol atrás das grades, jipes e quépis. O uso dessas metáforas foi a solução que encontrou para simbolizar, em seu trabalho, a história de seu filho.Em 14 de abril de 1976, às 3h, na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), Zuzu morreu, vítima de um acidente automobilístico. Na época, o governo divulgou que a estilista teria dormido ao volante, fato contestado anos depois. Até hoje as circunstâncias dessa tragédia não foram esclarecidas.Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque, um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho", dizia. Sua força e coragem inspiraram ao compositor, em parceria com Miltinho do MPB4, a música "Angélica", Zuzu Angel foi sepultada pela família, em 15 de abril de 1976, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro. Uma de suas duas filha, a jornalista Hildegard Angel, foi a idealizadora do Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, uma entidade civil sem fins lucrativos, fundado em outubro de 1993.

Fonte: Uol Educação.

Chico Xavier

"Chico Xavier" começa a se destacar por trás das telas. O diretor Daniel Filho, já consagrado pela Globo Filmes, e roteiro de Marcos Bernstein, fazem os brasileiros se orgulharem de seus filmes.Mas, com certeza não é só a iluminação maravilhosa de Daniel Filho, junto a todos os aspectos como edição de áudio e fotografia (que são espantosamente superiores a qualquer outra produção brasileira dos últimos anos) chamando atenção. A maior estrela desse filme é com certeza o roteiro de Marcos Bernstein (Zuzu Angel, Xangô de Baker Street, Central do Brasil, Terra Estrangeira, etc) que não só joga toda a polêmica e imparcialidade a segundo plano e romantiza tudo que foi escrito por Marcel Souto Maior em uma história extramente emocionante, simpática, divertida e tocante de um ser humano simplesmente bondoso, independente da opinião factual, científica ou religiosa que tiverem sobre o mesmo. Essa é a idéia que o roteiro tenta passar, e passa bem.Outro nome importante para o filme é o compositor da trilha sonora, Egberto Gismonti, com emoções e tons corretos para cada parte do filme.
A obra conta a história de um lendário programa de televisão dos anos 70 chamado Pinga Fogo, em que o médium é sabatinado por artistas, jornalistas, pastores, entre outras pessoas. O programa que deveria ter 1 hora, rendeu 3 horas da programação da antiga TV Tupi. Baseado parcialmente no livro de Marcel Souto Maior, As Vidas de Chico Xavier, conta através de flashbacks durante o programa, a vida de Chico desde sua infância sofrida após a morte prematura de sua mãe até os anos 70, em que entrou inclusive para os anais da história jurídica brasileira.
Biografia:

Francisco Cândido Xavier(1910-2002), nascido como Francisco de Paula Cândido Xavier e mais conhecido popularmente por Chico Xavier, notabilizou-se como médium e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.Nascido de uma família pobre em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927,após fenômeno obsessivo verificado com uma de suas irmãs. Passa então a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931. O seu nome de batismo Francisco de Paula Cândido foi dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, substituído pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que rompeu com o catolicismo e escreveu seus primeiros livros e mudado oficialmente em abril de 1966, quando da segunda viagem de Chico aos Estados Unidos. O mais conhecido dos espíritas brasileiros contribuiu para expandir o movimento espírita brasileiro e encorajar os espíritas a revelarem sua adesão à doutrina sistematizada por Allan Kardec. Sua credibilidade serviu de incentivo para que médiuns espíritas e não-espíritas realizassem trabalhos espirituais abertos ao público. Chico é lembrado principalmente por suas obras assistenciais em Uberaba, cidade onde faleceu. Nos anos 1970 passou a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade,[6] quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles. Aos 5 anos conversava com a mãe, já desencarnada.[6] Na casa de sua madrinha, foi muito maltratado, chegando a levar garfadas na barriga. Aos sete anos de idade, saiu da casa da mesma para voltar a morar com o pai, já casado outra vez. Ele, para ajudar nas despesas da casa trabalhava e estudava em escola pública.
No ano de 1924, termina o curso primário e não voltou a estudar, começando a trabalhar como auxiliar de cozinha em um restaurante no ano de 1925. No mês de maio de 1927, participou de uma sessão espírita onde vê o espírito de sua mãe, que lhe aconselha ler as obras de Allan Kardec, em junho ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, e em julho inicia os trabalhos de psicografia escrevendo 17 páginas. Em 1928, aos 18 anos, começou a publicar suas primeiras mensagens psicografadas nos jornais O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal
Sua divulgação para o exterior começou em 22 de maio de 1965, quando Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo para fora do país. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua mulher Phillis estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.
No ano de 1994 o tabloide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no seu título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário". A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete, com o título de "Secretário dos Fantasmas", onde declara que Chico Xavier, segundo informava a National Explorer, o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas". A Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de ghost-writers, mas ghosts mesmo, em sentido literal", concluindo "Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados."
O médium não respondeu, mas a Federação Espírita Brasileira, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza, editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava não pagar direitos autorais ou qualquer remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando tornar o livro espírita bastante acessível e contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita."
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espirita Mundial, apresentou uma moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades representativas do Espiritismo no Brasil, devotavam sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".
Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca.Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol de 2002 no dia de seu falecimento. Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.Antes de sua morte, ele havia deixado uma espécie de código com pessoas de sua confiança para que pudessem ratificar sua presença quando houvesse um contato. Já nos aproximamos do décimo ano de sua morte e nenhum contato foi confirmado até o momento.
Foram 451 livros psicografados, sendo 39 publicados após a morte.Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.Vendeu mais de 50 milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile. Psicografou cerca de 10 mil cartas de mortos para suas famílias.Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro.
Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.
Mesmo não tendo ensino completo ele escrevia em torno de 6 livros por ano entre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias... É o escritor mais lido da América Latina.Sua primeiro obra, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.[4] O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicada no ano de 1944, atualmente com mais de 2 milhões cópias vendidas [19], atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.
Os céticos diziam que ele seria desmascarado e que iria cair. Chico, no entanto, dizia que não iria cair, pois nunca havia se levantado.Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.[20]




Ficha Técnica

Título original: Chico Xavier
Gêneros: Biografia
Lançamento (Brasil): 2010
Distribuição: Columbia/Sony Pictures, Downtown Filmes
Direção: Daniel Filho
Roteiro: Marcos Bernstein
Co-Produção: Globo Filmes e Estação da Luz
Música: Egberto Gismonti
Montagem: Diana Vasconcellos, ABC
Direção de Arte: Claudio Amaral Peixoto
Fotografia: Nonato Estrela, ABC
Roteiro: Marcos Bernstein, AC – baseado na obra “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior.
Som Direto: Carlos Alberto Lopes
Desenho de Som: Simone Petrillo
Mixagem: Branko Neskov, Cas
Produtores Associados: Bruno Wainer, Eduardo Girão
Efeitos Especiais: O2 Pós Produções, Laboratório Technicolor Creative Services, Labo Cine do Brasil
Produção: Lereby
Produção e Direção: Daniel Filho
Produção Executiva: Julio Uchôa
Diretora Assistente: Cris D’Amato
Montagem: Diana Vasconcellos, ABC



Elenco:
Ângelo Antônio (Chico Xavier (1931 a 1959))
Nelson Xavier (Chico Xavier (1969))
Mateus Rocha (Chico Xavier (1915 a 1922))
Giovanna Antonelli (Cidália)
Letícia Sabatella (Maria João)
Christiane Torloni (Glória)
Tony Ramos (Orlando)
Cássia Kiss (Yara)
Giulia Gam (Rita)
Pedro Paulo Rangel (Padre Scarzelo)